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30.9.04

27º Domingo TC ano C 

O profeta Habacuc, no seu livro, levanta questões eternas que ainda hoje se levantam quando olhamos à nossa volta e vemos violência, ruína, miséria, desacordo, e Deus que não intervém. A Habacuc, que escrevia em tempos em que os Israelitas oprimiam os pobres e os necessitados, Deus responde em termos que indicam que ele intervirá, enviando o castigo por mão dos Caldeus. O mesmo sucedeu várias outras vezes na história do povo de Israel, como quando Ciro tomou Babilónia e permitiu que regressassem a Jerusalém os judeus que para lá haviam sido levados cativos. Não que Ciro soubesse bem o que fazia, mas mesmo assim Deus interveio por meio dele.

E ainda hoje Deus está presente no meio dos acontecimentos do mundo, ainda que nem sempre sejam de acordo com a vontade dele -- a violência, a ruína, a miséria, o desacordo, a opressão dos tempos de Habacuc também não eram -- ou que sejam levados a cabo por quem não percebe o que faz -- e note-se que Ciro também não foi nenhum soberano modelar, e que no capítulo 2 Habacuc condena as violências feitas pelos Caldeus. O mesmo se acha noutros profetas: certos executores dos juízos de Deus são depois também castigados.

Disto tudo recolho para mim que julgar os acontecimentos do mundo é coisa complexa, e que será bom confiar que Deus está presente neles também, que o mundo se encaminha, ainda que por algum tempo possa parecer o contrário, para onde Deus o quer levar (penso que era Teillard de Chardin que chamava a isso o ponto Ómega, assim interpretando as passagens do Apocalipse em que Jesus diz: eu sou o Alfa e o Ómega; e não há livro na Bíblia que melhor mostre que por muito que haja oposição à vontade de Deus ele no fim fará sempre surgir a Jerusalém celeste).

E enquanto a Jerusalém celeste não vem somos deixados com os conselhos de Paulo, que a Timóteo relembra que o Espírito que nos foi dado (o Espírito Santo) não é cobarde, mas sim um espírito que dá o poder do amor e do domínio de si próprio. Assim poderemos ir colaborando na execução dos juízos de Deus, mas sem nos ensoberbecermos por isso, achando-nos muito por sermos coleaboradores de Deus, porque lá avisa Jesus no Evangelho de hoje que, ainda que façamos tudo o que devemos, na verdade só fizemos exactamente o que devíamos. (E sobre este ponto não posso deixar de me lembrar do 14º dos 39 artigos de religião da Igreja Anglicana do reinado de Isabel I, que se pode ler aqui.)

Fátima e o sincretismo 

Segundo esta notícia do Público, parece que cada religião vê na Nossa Senhora de Fátima aquilo que mais lhe parece bem. Será que a Igreja Católica não terá sido a primeira a fazer o mesmo, ao interpretar os fenómenos de Fátima da maneira que fez?

29.9.04

Fátima - uma "hostile takeover?" 

Uma notícia do Correio da Manhã dá conta da pretensão do Vaticano de gerir directamente Fátima, a pretexto de uma oração que o Dalai Lama terá lá feito. Será isso, será do dinheiro que aquilo dá? O reitor já reagiu, tentando pôr água na fervura...

O que ninguém pode negar é que as questões de gestão na Igreja são pouquíssimo transparentes, e que o povo de Deus, em lugar de estar no seu centro, continua alienado- sendo que algumas cliques acham que esta é a via certa, e essas estão, amiúde, em lugares de chefia.

28.9.04

Oremos - do blogue "Blogo Existo".

Em St Augustin 

Voltei este fim-de-semana à paróquia de St Augustin, e foi uma alegria. Nesta paróquia, tradicionalmente, as missas são preparadas por equipas de leigos, em conjunto com o padre, o que por vezes acaba por dar ideias engraçadas. Por exemplo; no Pentecostes, passaram um microfone pela assembleia na altura da oração universal para que se ouvisse o que o Espírito dizia em cada pessoa, e na Páscoa, puseram uma caixa com intrumentos de percussão em frente ao altar, à saída, e convidaram as crianças a acompanhar o cortejo com esses instrumentos, o que foi uma festa.

Desta vez, como de costume, havia um papel à entrada com informações sobre a missa que ia decorrer. Havia nomeadamente um cântico lindíssimo que substituiu o salmo, que eu copiarei para aqui em breve - em geral, não acho muita piada a substituir o salmo, mas há poemas que valem bem a troca... Para além da folha havia também uma folha solta com uma pergunta, relacionada com o tema do ano: "A Bíblia, que tesouro". A pergunta era: "Como fazer para que as pessoas meditem sobre os textos bíblicos, pelo menos sobre aqueles que são lidos aos domingos?". E havia um método de trabalho: juntar-se em grupos de 6 a 8 pessoas, conversar sobre o assunto durante 10 minutos, e resumir as conclusões numa resposta a escrever na folha, que se entregaria depois. E este trabalho substituiu a homilia.

Que mais posso dizer? Há lugares onde de facto, a condição de Filhos de Deus e o sopro do Espírito na comunidade são de facto respeitados, onde se pede aos cristãos que vão à missa que tenham responsabilidades de opinar, e não só de manter a máquina paroquial em marcha.

24.9.04

Marta, Maria e os matemáticos 

Estive agora mesmo numa festa de despedida de um matemático que vai para a reforma. No seu discurso de despedida, ele contou a história de Marta e Maria, comparando os trabalhos de Marta aos trabalhos administrativos dos investigadores, aborrecidos mas necessários, e a escuta atenta e interessada de Maria à investigação, um trabalho que d1a prazer. Não é costume um matemático (profissão que a priori nada tem de religioso) use assim tão desenvoltamente a simbologia cristã - houve mesmo gente que se surpreendeu. Mas na verdade, ele fe-lo com muitíssima propriedade; segundo a minha experiência, esta comparação tem toda a razão de ser.
Isto sim, é falar de Cristo como deve ser, e não perguntar às pessoas se querem vir à missa, ou baptizar os miúdos. A dimensão simbólica e exemplar do evangelho é fascinante para quem quer que seja.

Bússola Política 

Há um site com este nome que oferece um teste para se saber onde é que cada pessoa se coloca em termos de autoritarismo/liberalismo (marcado na vertical, neste gráfico° e esquerda/direita (entendidas em termos económicos, marcado na horizontal). Eis os resultados de algumas pessoas conhecidas.

E não é que o JPII, que sabíamos ser autoritário, é mais de esquerda que de direita?

Podem ver nesta página mais análise, com resultados doutras pessoas.

26º domingo do tempo comum 

Antes do mais, queria dizer que se encontra um óptimo comentário a estas leituras no link "leituras dos domingos" - é preciso carregar no dia 26 e depois escolher o comentário às leituras.

O evangelho contrapõe o rico a Lázaro, que passava fome à porta de sua casa, e de como as situações se inverteram na vida eterna. Aos pedidos do rico por clemência, responde sempre Abraão com negações.

Talvez a primeira e mais linear leitura que se pode fazer do texto é: a riqueza, bem ou mal conseguida, é para ser posta em perspectiva: na perspectiva da partilha com aqueles que, por acaso estão ao nosso lado, aqueles a quem Jesus chamava "o próximo". Uma acumulação de riqueza apensa destinada ao prazer quando existem pessoas junto de nós a morrer de pobreza leva inevitavelmente à culpa.
É por demais evidente a mensagem que esta leitura traz aos nossos tempos, quer a nível pessoal, quer a nível social, que a nível de relações internacionais mesmo. Como não pensar nos países africanos, por exemplo, como o Lázaro que morre de fome à porta duma Europa rica, abastada e satisfeita? Este é um problema que necessita, naturalmente, de imaginação e talento para ser resolvido, mas não os haverá nesta Europa?

A segunda observação é que Lázaro tem um nome, e o rico não. Ora, a leitura é de S Lucas, o evangelista da ternura divina, e eu penso aue isto mostra bem a maior proximidade que Deus sempre tem, como Pai, dos excuídos e pequenos. Aliás, Cristo vem mesmo a dizer que é neles que ele virá a estar presente. Parece uma preferência desleal, mas é assim que o nosso Deus é.

Finamente, há também aqui uma forte e clara mensagem de realidade existencial. A vida que vivemos aqui não é a brincar, cada acto que fazemos, cada escolha, será tida em conta. Não há segunda oportunidade (como não houve para o rico), não haverá segunda vida, se a primeira não tiver corrido bem: cada acto nosso tem a gravidade de um acto verdadeiramente real, que não se pode apagar. E a escolha não é entre carne ou peixe, fruta ou doce: é entre a vida e a morte. E essas se talham já agora, com cada um dos nossos actos, ou com cada escolha que fazemos de não actuar.

20.9.04

Andrew Sullivan 

Este é o nome de um dos blogues americanos mais citados pelos blogs políticos portugueses, à direita e à esquerda. Sendo claramente republicano e conservador, o autor distancia-se porém de Bush, apesar de ter apoiado a invasão do Iraque, por exemplo.

A relação com o nosso blogue é que, para além de republicano e conservador, o indivíduo é católico e homossexual (que combinação, hem?), e tem uns textos que me pareceram muito interessantes sobre a igreja, e a sua fé em geral.

Aqui ficam os links: Andrew Sullivan e a sua - incluindo um texto sobre o aborto

Cronica de Frei Bento Domingues 

Aqui esta ela, sobre uma visao a meu ver demasiado esvaziadora do cristianismo... Esta bem começar de Cristo para cima, sim, mas dai a chegar a tanto...

17.9.04

Conferência 

Copio para aqui a noticia de uma conferencia organizada pelo movimento Nos Somos Igreja. O bispo Gaillot foi um bispo problematico que perdeu a sua diocese, e, por nao poder ficar sem nenhuma, foi-lhe dada, como é habito, uma diocese que ja nao existe: Partenia, no norte de Africa. Ele fez dessa diocese uma diocese virtual, com sede em www.partenia.org.

O Futuro da Igreja Católica
Conferência por Monsenhor Jacques Gaillot
Bispo de Partenia, Diocese sem Fronteiras

Antigo Bispo de Évreux (França), autor de uma vasta obra sobre as grandes questões do tempo presente, é uma das personalidades mais importantes da Igreja contemporânea. Em França, tem-se  envolvido em movimentos sociais. A paixão pelo Evangelho, a Paz e a Justiça são as linhas mestras do seu pensamento.

24 de Setembro de 2004 às 18,30h
Centro Nacional de Cultura, Largo do Picadeiro, 10
(ao Chiado), em Lisboa
Entrada livre

A eutanásia na Inglaterra 

No último domingo o nosso prior chamou a atenção para uma carta escrita pelos bispos da Igreja de Inglaterra e pelos bispos católicos da conferência episcopal de Inglaterra e Gales sobre a eutanásia. Parece que há quem queira permiti-la lá no Reino Unido. A carta assinada pelos arcebispos Rowan Williams (cujas homilias são extraordinárias) e Murphy-O'connor parece-me uma reflexão excelente sobre o assunto. No endereço
http://www.anglicancommunion.org/acns/articles/38/75/acns3880.cfm
acha-se o seu texto integral, precedido duma noticiazinha com um resumo da mesma. Eu diria que o texto integral é algo que vale a pena ser lido.

25º Domingo TC (C) 

1) O Evangelho de hoje fazia-me muita confusão quando era miúdo, porque parece que Jesus recomenda a desonestidade nos negócios. Na verdade não o faz, nem isso seria coerente em quem sempre louvou a probidade e a irrepreensibilidade em todos as acções.
2) Jesus repara que «os filhos do século» põem um grande empenho para alcançar os seus objectivos materiais. E nós, que pelo baptismo somos «filhos da Luz»? Jesus incita-nos a duas coisas. A primeira é a pôr igual empenho no nosso progresso espiritual, nos nossos deveres cristãos, entre os quais os de reflectirmos a glória de Cristo para os que nos rodeiam, na família ou no trabalho ou noutos ambientes. A segunda é a de lidar sagazmente com as «riquezas da desonestidade», isto é, as riquezas do mundo, a que Jesus também chama, nas suas afirmações do fim da leitura de hoje, «o que pertence a outrém» - e que portanto não nos pertence, porque ao mundo chegámos sem riqueza e sem nada dele partiremos. Não nos recomenda que lidemos desonestamente com a riqueza ou que a alcancemos desonestamente, mas que lhe demos honestamente o seu uso honestamente devido: da mesma forma que o sábado se fez para o homem e não o homem para o sábado, assim também a riqueza. E que a tenhamos no devido lugar da nossa vida, como se vê pela parábola de Lucas 12, 15-21.
3) De facto pelo modo como lidamos com as coisas materiais podemos ajudar à construção do Reino de Deus no mundo, e sobre esse assunto há belos textos até no Antigo Testamento, no livro dos Provérbios, por exemplo.
4) Os dizeres finais de Jesus segundo os quais ninguém pode servir a dois senhores são completados no evangelho segundo Tomé com as palavras «Ninguém pode montar dois cavalos ou disparar com dois arcos» (Tomé 47, 1-2).
5) A epístola é mais uma lembrança contra a tentação de termos muitos mediadores humanos e imperfeitos entre nós e Deus. Na verdade há um só, humano e perfeito, que é Jesus, que nos mostra que o verdadeiro rosto de Deus é o de alguém que quer salvar toda a humanidade e trazê-la ao conhecimento da verdade. É bom lembrarmo-nos disto para não termos a tentação de ficar bem com as nossas mentiras: às vezes há quem pense que certas coisas verdadeiras não se devem dizer àqueles a quem interessam, que assim ficam enganados mas ao menos felizes; e logicamente não querem saber verdades que lhes interessam também porque andam felizes enganados. Mas Jesus não nos chama a enganar-nos a nós mesmos mas a uma verdade que liberta. E é ele, o verdadeiro, que não foi sim e não mas apenas sim, e sim de Deus, como ensina S. Paulo (2 Coríntios 1, 18-20), que é o único mediador com o único Deus verdadeiro.

12.9.04

Domingo 24 do Tempo Comum 

Acabam-se as férias, voltam os tão desejados comentários Nicodemos às leituras dos domingos!!! :-)

Hoje as leituras são as três parábolas sobre a caridade: a ovelha e a dracma perdidas, e o filho pródigo. Antes de mais, queria dizer que estes textos só aparecem em S Lucas, e são bem representativos do seu estilo: mais terno, mais sensível.

Já não é a primeira vez que me calha comentar o filho pródigo (que, volto a dizer, se devia chamar a parábola do Pai bom), de modo que desta vez queria compararas três hitórias.

Em cada uma delas há algo que se perde, e que significa sempre uma pessoa que se afasta de Deus. Isto é muitas vezes interpretado como um afastamento da igreja, o que é, evidentemente, um empobrecimento da ideia. Aqui este afastamento, ou esta perdição deve ser entendida existencialmente: é a pessoa que deriva da sua identidade profunda de ser fraterno, bondoso, alegre, da sua identidade de Filho.

E aqui, há duas atitudes por parte do Pai. Nas primeiras duas parábolas, ele vai à procura da dracma ou da ovelha, mas na terceira, fica à espera do filho – e numa espera ansiosa, a julgar pelo relato do reencontro – deixando-o partir sem conselhos nem observações. Talvez porque nas primeiras, é um objecto precioso que se perde, e na segunda é uma pessoa, alguém que já teve a experiência de filho, de convivência com o Pai. E aí, quando se vê a pessoa que se perde como uma pessoa, o Pai opta por respeitar profundamente a decisão, até errada, do filho. Aliás, até a patrocina, dando-lhe a herança antes da sua morte!

Finalmente, quando se dá o reencontro, há sempre uma festa. Há sempre alegria. Porque aquilo que se perdeu era um filho, e o que se reencontrou foi a vida. Mas a vida verdadeira, não a salvação das definições teológicas. Foi a identidade mais profunda da pessoa humana: a condição de Filho, que Jesus nos veio dar.

11.9.04

Parabéns! 

Parabéns... para nós! O Nicodemos faz hoje um ano. Li não sei aonde, que num blogue um mês vale um ano, e é de facto notável que outros blogues, mais populares que este, tenham ficado pelo caminho. Esperamos continuar a não desiludir os leitores.

10.9.04

A Casa dos Outros 

Ontem no telejornal houve duas notícias, quase seguidas, sobre acontecimentos religiosos em Lisboa. Uma delas falava do mais importante rabi de Israel, a figura mais importante do Judaísmo, que veio a Portugal visitar duas sinagogas, re-inaugurando o culto na de Lisboa. Deu também uma conferência de imprensa no hotel Altis, na qual respondeu a perguntas de toda a espécie (religião, política, etc).

Depois falaram no encontro dos 10 anos da Igreja Maná, um produto português, da autoria de Jorge Tadeu, com grande aceitação mesmo no estrangeiro. Mostraram imagens da cerimónia no Pavilhão Atlântico. Luzes, danças, cânticos, espectáculos multimedia, provavelmente alguns milagres, e fiéis devotíssimos.

Tudo isto me levou a pensar no estado da minha religião, o catolicismo. Seria neste momento impensável ver o papa sentado numa cadeirita de uma sala de hotel a responder tranquilamente a perguntas, envergando um fato discreto, e sem grandes artifícios de retórica. Já não me custa muito imaginar uma cerimónia cristã multimedia, e fiéis electrizados — aliás, não tenho que imaginar, vivi-o em Roma. Estamos assim, se calhar, no caminho errado: da simplicidade honesta e despojada para a superficialidade e a manipulação.

7.9.04

Tudo para a Estrela 

Há tempos tive uma pequena discussão com um amigo (o Pedro Rodrigues, para quem o conhece) sobre o facto de um comunista notável, João Amaral, ter sido velado na Basílica da Estrela, dada a discrepância de crenças. Depois, morreram Maria de Lourdes Pintasilgo e Sophia Breyner Andresen, ambas cristãs, e aí fez sentido a cerimónia cristã - mais uma vez na Estrela.

Ora ontem morreu o presidente do Tribunal Constitucional, Luís Nunes de Almeida, figura destacada da vida cívica portuguesa, elogiada à esquerda e à direita. E lá foi ele para a Estrela. E desta vez sucedeu algo ainda mais surpreendente: houve uma cerimónia fúnebre, maçónica, à porta fechada, dentro da Basílica!

Ora, a Maçonaria não deixa de ser uma organização teísta, admitindo como membros pessoas religiosas, desde que a sua religião afirme a existência de um deus absoluto, o que é o caso do cristianismo, mas pede-se aos membros que a sua primeira lealdade seja com a Maçonaria e não com o sistema religioso original.

Aqui, portanto, não há uma contradição tão gritante como no caso de João Amaral. Mas não deixa de me fazer comichão o haver uma cerimónia à porta fechada numa igreja...

De resto, devo dizer que não tenho grande opinião sobre as contradições ideológicas (de trazer comunas e maçons para a igreja). Afinal, neste momento, são os cristãos (e eu diria mesmo, os católicos) que têm, se não o monopólio, pelo menos a maior das quotas de mercado da mediação da relação com o transcendente, aqui em Portugal. E é essa relação, fundamento de todo o pensamento e sentimento religiosos, de pessoas religiosoas, agnósticos e ateus, precisa de vazão em alturas como esta.

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