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26.1.04

Entrevista do D Januário 

O Bispo D Januário Torgal Ferreira deu este fim-de-semana esta entrevista, ao jornal Público e à Rádio Renascença, em que fala criticamente das políticas do governo em relação à imigração, entre outros variados assuntos.

25.1.04

3º domingo do tempo comum 

Hoje começamos a ler o evangelho de Lucas. E o autor, médico de profissão, começa assim:

Já que muitos empreenderam narrar os factos
que se realizaram entre nós,
como no-los transmitiram os que, desde o início,
foram testemunhas oculares e ministros da palavra,
também eu resolvi,
depois de ter investigado cuidadosamente tudo desde as origens,
escrevê-las para ti, ilustre Teófilo.


Isto é: o que Lucas escreveu foi cuidadosamente investigado, para que as pessoas possam acreditar que se trata de história, e não de uma coisa qualquer maio inventada para convencer as pessoas. Não se trata de banalidades pseudo-bonitas bem engendradas para encher o olho e o ouvido, segundo o sentimentalismo do escritor (olá, Paulo Coelho). A nossa religião é histórica, Deus fez-se mesmo pessoa, e vei cá dizer-nos como era o Pai, e não há mais nenhuma religião que se possa orgulhar de algo assim. O nosso Deus é tão real como Júlio César, Napoleão, Churchill ou D João II. Só que escolheu outro estilo de grandeza...

20.1.04

Breve história das Testemunhas de Jeová 

Disponível aqui. Não muito longa, lê-se bem, e providencia cultura geral para saber quem são e donde vem a doutrina que têm. No resto do site (clicar em Índice no fundo da página) há mais informação sobre a história, a organização e a doutrinas das TJ, embora um pouco desorganizada.

19.1.04

Vinde, benditos de meu Pai 

Uma amiga minha tenciona ser voluntária por uns tempos no estrangeiro, e isso fez-me pensar no que Jesus disse em Mateus 25: que no fim do mundo há-de aparecer para julgar o pessoal, e meter alguns à direita e outros à esquerda. E que critério é que ele usa para a distinção? Será que ele diz aos da direita: «Vinde, benditos de meu Pai. Recebei em herança o Reino, preparado para vós desde a criação do mundo, porque fostes a muitas missas, rezastes muitas vezes o terço, e tivestes uma grande devoção para com o Sagrado Coração da Minha Imaculada Mãe»?

Não. Nem sequer fala da fé, que ele noutra ocasião disse que devíamos ter, e que transporta montanhas. Nem da oração, que ele tanto recomendou, como se vê por exemplo na parábola do juiz iníquo e da viúva. Nem dos sacramentos, desses sinais visíveis da graça invisível que ele concede, e que ele próprio instituiu. Nem da leitura da Bíblia, que ele tão bem conhecia, e que afirmou dar testemunho dele.

Nada disso. O que ele disse foi «...porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, fui estrangeiro e vós acolhestes-me, estive nu e vestistes-me, estive doente e visitastes-me, estive na cadeia e consolastes-me.» (Mateus 25, 35-36)

2º Domingo TC ano C 

Na solenidade da Epifania celebram-se três mistérios, como explica a antífona do Magnificat das segundas Vésperas desse dia: «hoje, a estrela guiou os Magos ao presépio; hoje, nas bodas de Caná, a água foi mudada em vinho; hoje, no rio Jordão, Cristo quis ser baptizado para nos salvar.» A leitura da adoração dos Magos faz-se no próprio dia. As leituras dos outros dois acontecimentos em que Cristo se revelou sempre se fizeram nos domingos seguintes. Com a reforma do calendário que houve por ordem do último Concílio até se arranjou uma festa do Baptismo do Senhor, que agora fecha o Tempo do Natal (que dantes terminava no dia antes da Epifania).

Sobra para este domingo a leitura das bodas de Caná, onde Jesus «manifestou a sua glória», como diz o Evangelho. E como é que Deus feito homem, o vencedor da morte, que põe fim ao pecado de Adão, manifesta a sua glória divina? Desenrascando uns noivos, numa aldeola perdida da Galileia, que nem sequer tinham tido dinheiro suficiente para arranjar vinho que chegasse para uma boda... Assim é que se manifesta a glória do Senhor dos Exércitos, a quem dezenas de milhares de anjos, voando com duas asas, estendendo outras duas e cobrindo a face da terrível majestade divina com outras duas cantam louvores sem cessar.

Foi este o primeiro milagre de Jesus que fez com que os discípulos acreditassem nele. É certo que há o simbolismo do vinho, sinal da doutrina nova do Messias; as seis talhas de pedra, como as tábuas da Lei, vazias como a Lei sem o Espírito era vazia... sim, decerto, isso e muito mais. Mas, objectivamente, o milagre de Jesus foi algo que poderíamos dizer ser bem pequeno e irrelevante. Que Deus é este cuja glória se manifesta numa banal ajuda a uns noivos de poucos recursos?

Se nos tornamos discípulos de Jesus, esse Deus é o nosso.

9.1.04

Baptismo do Senhor 

Com este domingo termina o tempo do Natal e volta o tempo comum. Celebra-se o baptismo de Cristo, que, no dizer de João, ele não precisava. E é verdade, ele de facto não precisava de baptismo enquanto purificação. Mas o seu baptismo tornou-se noutra coisa...

Quando todo o povo recebeu o baptismo,
Jesus também foi baptizado;
e, enquanto orava, o Céu abriu-se
e o Espírito Santo desceu sobre ele
em forma corporal, como uma pomba.
E do céu fez-se ouvir uma voz:
"Tu és o meu Filho muito amado:
em ti pus toda a minha complacência".


Assim, o baptismo de Jesus foi, de facto, uma investidura e uma declaração de amor.

Investidura, não com uma espada, como se fazia na idade média, por exemplo, mas por imposição de uma pomba, símbolo do Espírito Santo. Nessa pomba estavam simbolizadas as características da pregação de Cristo, anunciadas na primeira leitura de Isaías: "Não gritará, nem levantará a voz, nem se fará ouvir nas praças; não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega: proclamará fielmente a justiça. Não desfalecerá nem desistirá, enquanto não estabelecer a justiça na terra, a doutrina que as ilhas longínquas esperam". E é desta maneira pacífica que Jesus cumprirá a sua missão, "abrir os olhos aos cegos, tirar do cárcere os prisioneiros e da prisão os que habitam nas trevas". Não se pode deixar de achar que há líderes do nosso mundo que usam outros meios para atingir estes fins...

E a confiança de Jesus para levar esta missão adiante, a sua armadura, o seu "escudo de benevolência", como diz um salmo, é, nada mais nada menos, que o saber-se amado pelo Pai, como fica claro nas últimas palavras da leitura; amado com um amor que contém todo o deleite, toda a alegria do Pai, que aqui mais parece um avô babado. E esse amor, depois da ressurreição de Cristo, que nos deu a possibilidade de sermos nós também filhos, esse amor também é nosso. E também deve ser a nossa fonte de segurança, auto-confiança, alegria, vigor, tudo.

A investidura e a declaração de amor são assim uma só coisa.

Conferência no Centro de Reflexão Cristã 

Vai começar um ciclo de colóquios às terças feiras, com o nome genérico "Sete pecados sociais - Sete sinais de esperança", aparentemente ao ritmo de uma por mês. O de Janeiro será no dia 13, pelas 18:30 (como todas as outras), com o título Egoísmo/Sociedade inclusiva, com Alfredo Bruto da Costa e José Manuel Pureza, moderado por Alfreda Fonseca. Será no Auditório do Centro Nacional de Cultura, Largo do Picadeiro, nº 10-1º Lisboa (metro Baixa-Chiado).

Sinais dos tempos? 

No site do "blogger", onde eu acedo para fazer os meus posts, há uma saudação que, em vez de dizer "Feliz Natal", ou "Season's Greetings" (que é mais politicamente correcto, pois por exemplo os judeus não celebram o natal mas sim a Hannukah, acho eu), está um "Happy Festivus", que era uma festa inventada por Cosmo Kramer, o lunático da série Seinfeld. Nestes tempos, que são os últimos, é já a cultura pop a ditar os nomes das festas, hem?...

7.1.04

As declarações do bispo do Porto 

Em reacção às declarações do bispo do Porto, D Armindo Lopes, Elfried Harth, representante europeia do movimento "Catholics for a free choice" escreveu-lhe uma carta que deixo aqui.

6.1.04

Mensagens de Natal 

O Papa, nesta época de Natal, deixou duas mensagens que me pareceram notáveis: a mensagem Urbi et Orbi em que fala, entre outras coisas, do terrorismo; e a mensagem para o dia mundial da paz (1 de Janeiro), em que realça a necessidade da observação da justiça e do direito nas relações entre os povos, mencionando explicitamente a primazia das Nações Unidas.

Já entre nós, o cardeal Patriarca falou da menção de Deus no preâmbulo da futura Constituição europeia, no Natal, e do aborto, no ano novo.

1.1.04

Poema de Ano Novo 

O espírito do Senhor Deus tomou posse de mim e consagrou-me
para levar a boa nova aos pobres
para curar os desesperados
para proclamar a libertação aos exilados
e aos prisioneiros a liberdade;
para anunciar o ano em que o Senhor
mostrará a sua boa vontade.

Isaías 61

Um feliz ano novo a todos os leitores do Nicodemos.

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